quarta-feira, 8 de junho de 2011

Compras coletivas: o perigo de escolher a depilação pelo preço

Farta oferta de depilação a laser em sites de promoção pode levar a escolhas erradas. Entenda os riscos e os cuidados necessários

O melhor laser é indicado de acordo com o tipo de pele e cor e espessura do pelo


A depilação a laser ganhou popularidade entre as mulheres, se multiplicou nas clínicas de estética e é uma oferta comum nos sites de compra coletiva. Nesses casos, procedimentos que custam em média R$ 1 mil chegam a ser vendidos por R$ 200. O argumento financeiro é tentador, mas é importante pesquisar antes de comprar pacotes de tratamento: existem vários tipos de laser, cada um indicado para um tipo de pele. E comprar no escuro, sem orientação médica, pode trazer mais problemas que benefícios.

Segundo Valéria Campos, dermatologista especialista em laser, queimaduras e até o aumento dos pelos – ao invés de redução – podem ocorrer em caso de escolha inadequada do método ou regulagem equivocada do aparelho. Além disso, manchas na pele também são comuns. “Desconfie de preços milagrosos. Toda vez que a questão principal é preço, o barato sai caro”, diz ela.

Conhecer mais sobre o aparelho utilizado na clínica ajuda o consumidor a não se iludir. Entre os tipos de laser estão o Alexandrita e o Ruby, que são melhores para pelos finos e peles mais claras. Já o NdYAG é a alternativa para peles negras, e o laser de diodo, por sua vez, é indicado para pelos escuros e grossos. Existem no mercado também os tratamentos com luz pulsada, que não são laser, mas podem trazer bons resultados em pessoas de pele clara e pelos finos, desde que indicado corretamente.

Riscos e ineficácia

Um dos pontos que devem ser avaliados na aplicação do laser é a intensidade. O método pode estimular ou destruir fios, tudo depende da forma de utilização. Caso a energia aplicada seja muito baixa, é possível que os fios não desapareçam totalmente e sobrem só os mais finos, que são difíceis de remover depois. “Nesse caso o laser não responde mais e é preciso fazer eletrólise ou conformar-se”, diz Valéria. Ela lembra também que nem todos os procedimentos são considerados definitivos e, em alguns casos, os fios voltam a crescer depois de algum tempo.

A retirada dos pelos com sucesso acontece em cerca de cinco sessões. Pacotes de tratamento que exigem uma quantidade maior podem indicar que o consumidor está sendo lesado. “Algumas clínicas fazem menos disparos por vez ou mais fracos. Como um jardineiro que cobra pouco. Ele tira três matos e deixa o resto lá”, exemplifica Valéria.

A promessa de um procedimento indolor também é motivo de desconfiança. Embora os aparelhos mais modernos causem menor desconforto em relação aos primeiros que chegaram ao mercado, a depilação ainda incomoda e não é eficaz se o paciente não sente nada.

Arrependimentos

Quem já comprou um tratamento que não corresponde ao seu tipo de pele ou necessidade pode tentar pedir o dinheiro de volta. Isso se aplica para as ofertas pela internet que não tinham informações detalhadas sobre o procedimento e riscos. “E por se tratar de venda realizada fora do estabelecimento, o consumidor pode exercer o direito de arrependimento no prazo de sete dias da compra”, explica a advogada Ri Lee Cerdeira.

Para evitar problemas, Valéria Campos recomenda uma consulta prévia com um dermatologista que irá avaliar o tipo de pele, contraindicações e acompanhar o tratamento. “É um procedimento médico. Procure um profissional em que você confie”, diz.


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