sexta-feira, 29 de julho de 2011

Perdi 20kg sem cirurgia ou remédio e virei personal trainer

“Chorei de emoção quando andei de top pela primeira vez”, conta a curitibana Barbara Eckonen

 Barbara no que mais gosta de fazer: andar de bicicleta

Quem vê Barbara Eckonen passar de bicicleta pelo calçadão de Pompano Beach, na Flórida (EUA), usando shorts branco e biquíni cortininha, exibindo confiante um piercing na barriga, não imagina que, dois anos antes, ela se escondia em bermudas e camisetas largas.

“Quando andei de bicicleta sem camiseta, só de top, pela primeira vez, fiquei tão feliz, que liguei para minha mãe no Brasil e chorei de emoção.”, relata.

A confissão parece estranha para uma morena de 26 anos, 55 quilos, 1,68m de altura, barriga tanquinho, pernas torneadas e, hoje, personal trainer de uma academia nos Estados Unidos. No entanto, a silhueta enxuta que Barbara exibe agora foi conquistada há apenas um ano, depois de 12 meses de trabalho intenso na academia e reeducação alimentar radical. Com a mudança no estilo de vida, ela deixou para trás 20 quilos, diz que se sente mais feliz e que até a pele e o cabelo melhoraram.

Boa parte do mérito é de Troy, 44 anos, fisiculturista e marido de Barbara. Apesar dele nunca ter dito nada sobre o peso da namorada (quando se conheceram, ela pesava 75kg), namorar o dono de uma academia sem ter um corpo em forma era difícil.

“Eu me sentia muito insegura. Ele sempre foi musculoso e as pessoas comentavam ‘o que ele está fazendo com essa gordinha?’”, conta. “Ficava muito mal.”

Aos poucos, com paciência, Troy foi ajudando a namorada. Primeiro, ele ligava em casa para acordá-la mais cedo. Depois, saía com ela para andar de bicicleta três vezes por semana. “Eu tinha uma vida muito sedentária. Dormia até 11h todo dia e quase não me mexia. Ele me levava para andar de bicicleta, passei a me exercitar sem perceber”, relata.

O segundo passo foi começar a frequentar a academia do marido, como aluna. O treino inicial foi baseado em atividades cardiovasculares, como caminhada ou elíptico, 30 minutos, três vezes por semana. Depois, foram incorporadas aulas de step e musculação até gradualmente chegar ao treino diário em circuito.

“No começo, foi difícil. Mas o que era um esforço foi se tornando um hábito”, afirma.

Atualmente, ela faz 45 minutos de aeróbio, divididos entre três ou quatro quiilômetros de corrida e elíptico, além de seis exercícios diferentes alternados para cada grupo muscular.


Adeus, pão francês

Mas a mudança mais radical ficou a cargo da alimentação. Na casa de Troy, há alguns anos, sal, açúcar e gordura não entram. Barbara, que vivia à base de sorvete, fritura e pão francês, se viu obrigada a abandonar esses alimentos. O café da manhã era ignorado e a curitibana partia direto para o almoço.

“A primeira vez que fui cozinhar liguei para minha mãe, desesperada, porque não tinha sal”, conta, rindo. “Nem açúcar”, completa.

Com a ajuda do marido, ela aprendeu a usar pimenta, alecrim e outros temperos para dar sabor à comida. Passou a comer de três em três horas – num total de cinco ou seis refeições por dia – e aboliu o trigo branco do cardápio.

“Eu não passo fome, mas diminuí muito a quantidade. Um prato que eu comia no almoço, antigamente, hoje seria o equivalente a três refeições”, compara.

No café da manhã, ela toma um shake de proteína com banana e come uma omelete feita com quatro claras de ovos e uma torrada. No almoço, peito de frango ou peixe grelhados com aspargos e arroz integral. Para não errar na medida, Barbara tem uma fórmula.

“A carne tem que ser do tamanho da mão aberta, a porção de arroz deve ser do tamanho da mão fechada em concha”, indica.

Entre as refeições, seus lanches prediletos são queijo cottage com morango ou iogurte com fruta. Na cozinha, só entram produtos naturais. O azeite, quando utilizado, é aplicado em spray. Barbara também evita queijos. “O segredo da barriga lisa é a alimentação. Se como queijo, por exemplo, ela estufa e já vejo diferença.”

A hidratação também melhorou. Sucos e refrigerantes foram substituídos por água, 3 litros diariamente. “Isso ajuda a enganar o organismo e ele sente menos fome.”


A mudança

As novas medidas começaram a aparecer 21 dias depois, o que trouxe ânimo e motivação para continuar. “Eu já havia feito academia, tomado remédio, seguido dietas milagrosas. Mas pela primeira vez estava conseguindo emagrecer.”

Passados os primeiros três meses, calças e blusas ficaram largas. Ao ver que tanto empenho estava dando resultado, se dedicou mais à malhação. O interesse foi tanto que Barbara se inscreveu em um curso profissionalizante de personal trainer.

“Aprendi sobre os aparelhos, sobre nutrição e resolvi virar profissional na área.”

Diploma em mãos, autoconfiante com o novo corpo e tirando vantagem da genética, Barbara se inscreveu em um campeonato de fitness, desfilou de biquíni para uma plateia lotada e já ganhou o segundo lugar no circuito estadual.

“Mesmo malhando, as americanas não conseguem ficar com o bumbum e quadril grandes. A estrutura brasileira me dá vantagem nas competições”, avalia. Ela se orgulha em dizer que emagreceu sem medicamentos, sem tratamentos estéticos e sem cirurgia. “A única coisa que eu fiz foi colocar silicone, depois que já estava magra”, confidencia.

A perceptível melhora da pele e do cabelo ela também credita à combinação de exercício e alimentação. “Eu tinha muita celulite e vi uma melhora considerável”, diz. Barbara não faz tratamentos estéticos nos Estados Unidos, prefere os profissionais brasileiros. Por isso, só faz limpeza de pele e drenagem linfática duas ou três vezes ao ano, quando visita a família. Em uma de suas estadas pelo país, foi ao casamento da melhor amiga, onde atraiu olhares incrédulos.

“Foi ótimo rever os amigos estando melhor do que antes. Muitos não me reconheciam e vários disseram que eu era outra pessoa. O pessoal foi à loucura”, relata ogulhosa.

Para acompanhar a transformação, o armário foi renovado. Camisetas, bermudas, batas e calças capri deram lugar a vestidos curtos, blusas justas e decotadas. “Eu adoro me sentir sexy e fiquei muito mais vaidosa. Tudo o que eu visto fica bom. Quando vou a algum lugar, me sinto mais confiante e mais à vontade”, afirma. O assédio é encarado com bom humor por ela e com orgulho pelo marido, que vê nas cantadas engraçadinhas um reconhecimento ao seu trabalho.

As roupas velhas, porém, não foram para o lixo. Para não esquecer suas antigas proporções e ter ainda mais motivação, uma vez por mês ela veste uma calça que guardou daquela época.

“Gosto de ver o quanto mudei e sentir que consigo chegar onde quero.”


ANTES
 DEPOIS



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